quinta-feira, 28 de setembro de 2017

1 Ano depois...




Olá.
Facebook me jogou na cara o post de um ano atrás. E junto com ele, todo o carinho que recebi.
Quanta coisa coube em um ano. Mas ainda parece que foi ontem.

Comecei a trabalhar pouco tempo depois, voltei pro Rio, me mudei N vezes e agora tenho meu quartinho. Faço faculdade, continuo com crochê. Recebi (e ainda recebo) tanta ajuda da família e amigos que vou ser pra sempre devedora.

Ainda acho que tenho que buscar meu filho em algum lugar. Ainda grito e choro, porém não sinto mais raiva. Saudade com certeza. Ainda não tô totalmente bem, mas desisti de ficar. Você tá 100% bem aí? Duvido. Mas calma, isso é bom. Faz a gente se mexer.

É bem complicado quando você recebe uma missão aparentemente enlouquecedora ou impossível. Você acha que carrega o mundo nas costas, que não vai dar conta. Mas viver com um objetivo é uma bênção. Mesmo as dores tem um propósito, e te dão satisfação. Experimentei o período do "zero". E isso sim é de enlouquecer. Você poder fazer qualquer coisa, é sufocante. Tudo em excesso é difícil de lidar, liberdade também.

Ainda me pego achando que não posso sair a noite. Ainda escolho comidas pastosas no restaurante self-service. Ainda calculo se o brinde do lanche infantil pode ser útil. Ainda acompanho os avanços das terapias e aparelhos de estimulação. Ainda não consigo usar muitos acessórios, ou salto alto. Me pego andando na ponta dos pés a noite pra não fazer barulho. E amassando o feijão e arroz com o garfo. E claro, no supermercado, tem que ter aquela olhada na sessão de fraldas. Pra conferir preço, ver as novidades, e cheirar o sabonete líquido que ele usou desde que nasceu.

Mas o fato é que eu tô quase legal. E agora quero compartilhar uma pequena parte do motivo: Boas lembranças! Separei umas pérolas pra vocês:

Com meses ainda, que pokémon esquisito.
Curuzes!
Que bom que o tempo passa, cabelo cresce...

Ele foi virando uma almôndega


E haja cabelo!

Meu super-herói.

Pense numa alegria.

Vivemos perigosamente.

E é disso que eu sinto mais falta, meu companheiro de aventuras.
Não que ele tivesse alguma escolha de onde ir...

Haja pão de queijo pra comprar sua simpatia.


Qualquer coisa valia a pena pra ver esses dentes assim.

O dia que peguei pra me fazer companhia, enquanto capinava a frente de casa. E ele dormiu... 

Do nada ele virou uma salsicha bem comprida.

E eu dei foi porcaria pra comer. Essa aí nem sei o que era. 


Esses momentos de: PARA TUDO, vamos descansar! Eram os melhores.

Folgado? Com certeza. Mimado? Também.

Mas só Deus pra saber o perrengue que passamos.

Ok, nem sempre ele curtia meus passeios.

Bom mesmo era o conforto da casinha, e a segurança das cobertas.


Muito fotogênico

E sapeca.

Às vezes eu acertava nas doideiras tá.

Tudo era devagar, tudo era superação.

O dia que ele foi empanado em Copacabana.
E se divertiu para caramba.


Sinto falta disso

E disso

E até disso também

Me fez sair da inércia, e descobrir que sou capaz de muito mais do que imagino.

Me deixava doida quando eu fazia as coisas pra ele e ele neeeeem aí....

E foi muito pano babado que eu lavei.

Mas não dava pra ficar brava muito tempo. (Assistindo Star Wars)

O dia que ele (quase) não surtou no ônibus.

Quantos de vocês já tomaram banho de banheira vendo seu programa favorito? Eu nunca.


Puro charme.


Até pra dormir tinha pose.

Uns olhos que pareciam jóias.

E a gente aprontava.

E comia porcaria.

E se lambuzava.


E descobriamos novas habilidades.

Até engenheira eu fui.

Primeira vez na piscina: odiou.

Tentando ser examinado.

Deixando o médico irritado.

Só alguns momentos, de uma vida absurdamente feliz. Mesmo com tantas dificuldades, o que a gente tem que guardar, é isso. E eu só consigo ser grata.
Estou estudando para poder ajudar as pessoas. Estou trabalhando pra tornar o mundo um lugar melhor. Pra outros Josés que estão por aí e suas famílias também. E os que ainda vão vir.

Obrigada família, obrigada amigos. Sem vocês eu não conseguiria.

É assim que eu vou me lembrar.