Olá.
Facebook me jogou na cara o post de um ano atrás. E junto com ele, todo o carinho que recebi.
Quanta coisa coube em um ano. Mas ainda parece que foi ontem.
Comecei a trabalhar pouco tempo depois, voltei pro Rio, me mudei N vezes e agora tenho meu quartinho. Faço faculdade, continuo com crochê. Recebi (e ainda recebo) tanta ajuda da família e amigos que vou ser pra sempre devedora.
Ainda acho que tenho que buscar meu filho em algum lugar. Ainda grito e choro, porém não sinto mais raiva. Saudade com certeza. Ainda não tô totalmente bem, mas desisti de ficar. Você tá 100% bem aí? Duvido. Mas calma, isso é bom. Faz a gente se mexer.
É bem complicado quando você recebe uma missão aparentemente enlouquecedora ou impossível. Você acha que carrega o mundo nas costas, que não vai dar conta. Mas viver com um objetivo é uma bênção. Mesmo as dores tem um propósito, e te dão satisfação. Experimentei o período do "zero". E isso sim é de enlouquecer. Você poder fazer qualquer coisa, é sufocante. Tudo em excesso é difícil de lidar, liberdade também.
Ainda me pego achando que não posso sair a noite. Ainda escolho comidas pastosas no restaurante self-service. Ainda calculo se o brinde do lanche infantil pode ser útil. Ainda acompanho os avanços das terapias e aparelhos de estimulação. Ainda não consigo usar muitos acessórios, ou salto alto. Me pego andando na ponta dos pés a noite pra não fazer barulho. E amassando o feijão e arroz com o garfo. E claro, no supermercado, tem que ter aquela olhada na sessão de fraldas. Pra conferir preço, ver as novidades, e cheirar o sabonete líquido que ele usou desde que nasceu.
Mas o fato é que eu tô quase legal. E agora quero compartilhar uma pequena parte do motivo: Boas lembranças! Separei umas pérolas pra vocês:
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Com meses ainda, que pokémon esquisito. |
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Curuzes! |
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Que bom que o tempo passa, cabelo cresce... |
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Ele foi virando uma almôndega |
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E haja cabelo! |
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Meu super-herói. |
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Pense numa alegria. |
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Vivemos perigosamente. |
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E é disso que eu sinto mais falta, meu companheiro de aventuras. |
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Não que ele tivesse alguma escolha de onde ir... |
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Haja pão de queijo pra comprar sua simpatia. |
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Qualquer coisa valia a pena pra ver esses dentes assim. |
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O dia que peguei pra me fazer companhia, enquanto capinava a frente de casa. E ele dormiu... |
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Do nada ele virou uma salsicha bem comprida. |
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E eu dei foi porcaria pra comer. Essa aí nem sei o que era. |
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Esses momentos de: PARA TUDO, vamos descansar! Eram os melhores. |
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Folgado? Com certeza. Mimado? Também. |
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Mas só Deus pra saber o perrengue que passamos. |
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Ok, nem sempre ele curtia meus passeios. |
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Bom mesmo era o conforto da casinha, e a segurança das cobertas. |
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Muito fotogênico |
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E sapeca. |
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Às vezes eu acertava nas doideiras tá. |
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Tudo era devagar, tudo era superação. |
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O dia que ele foi empanado em Copacabana. |
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E se divertiu para caramba. |
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Sinto falta disso |
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E disso |
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E até disso também |
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Me fez sair da inércia, e descobrir que sou capaz de muito mais do que imagino. |
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Me deixava doida quando eu fazia as coisas pra ele e ele neeeeem aí.... |
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E foi muito pano babado que eu lavei. |
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Mas não dava pra ficar brava muito tempo. (Assistindo Star Wars) |
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O dia que ele (quase) não surtou no ônibus. |
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Quantos de vocês já tomaram banho de banheira vendo seu programa favorito? Eu nunca. |
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Puro charme. |
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Até pra dormir tinha pose. |
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Uns olhos que pareciam jóias. |
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E a gente aprontava. |
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E comia porcaria. |
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E se lambuzava. |
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E descobriamos novas habilidades. |
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Até engenheira eu fui. |
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Primeira vez na piscina: odiou. |
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Tentando ser examinado. |
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Deixando o médico irritado. |
Só alguns momentos, de uma vida absurdamente feliz. Mesmo com tantas dificuldades, o que a gente tem que guardar, é isso. E eu só consigo ser grata.
Estou estudando para poder ajudar as pessoas. Estou trabalhando pra tornar o mundo um lugar melhor. Pra outros Josés que estão por aí e suas famílias também. E os que ainda vão vir.
Obrigada família, obrigada amigos. Sem vocês eu não conseguiria.
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É assim que eu vou me lembrar. |
❤